quarta-feira, 20 de maio de 2009

Rodolfo Vieira pronto para estréia na faixa-preta

Rodolfo Vieira (faixa-marrom) supera pretas e conquista 7 mil dólares


Com apenas 19 anos, Rodolfo Vieira (GFTeam) vai estrear na faixa-preta do Mundial de Jiu-Jitsu da Confederação Brasileira, na Califórnia (4 a 7 de junho). Ele ganhou a alcunha de "caçador de faixas-pretas" da mídia especializada. Lutando com a marrom, Rodolfo atropelou os faixas-pretas na seletiva sul-americana do World BJJ Cup, em Porto Alegre. E repetiu a dose em Abu Dhabi. Passou por todos os adversários da categoria pesado, trazendo o prêmio de sete mil dólares na mala. Ao final da competição, ele recebeu do mestre a faixa-preta. Foram seis anos de treinamento para conquistá-la. Do Rio de Janeiro, o lutador revela ao blog como está sua expectativa para o Mundial CBJJ e a felicidade ao receber a “black belt”.


MMA Sul - Como está a expectativa para a estréia na faixa-preta?
Rodolfo Vieira - A expectativa é sempre boa. Estou tratando de uma lesão que tive na costela. Fiquei um pouco afastado dos treinos antes do Mundial Profissional de Abu Dhabi. Sei que o Mundial da CBJJ vai ser muito difícil, vão ter muitos atletas duros. Vou chegar bem lá, se Deus quiser. Estou treinando muito forte e me sentindo muito bem.


MMA Sul - Como fica a responsabilidade, na marrom você venceu o World BJJ Cup nos Emirados, agora com a preta no Mundial, será mais fácil chegar?
Rodolfo Vieira - Com certeza vai ser muito diferente. No Mundial, serão 10 minutos cada luta. No Mundial Profissional de Abu Dhabi eram seis minutos. Isso me favoreceu muito. Lá eu não tinha responsabilidade nenhuma. Agora tenho. Mas nem estou pensando nisso. Quero chegar lá e fazer o que nasci pra fazer, que é lutar. Vou entregar nas mãos de Deus!


MMA Sul – Como foi a emoção ao receber a faixa-preta do seu mestre?
RV - Pegou pesado nessa pergunta (risos). Sem dúvidas foram os dias mais felizes da minha vida. Fui pego de surpresa, não esperava a graduação. Quando meu mestre mandou eu colocar o quimono pra ver como ficava, ele já veio com a a faixa, amarrando na minha cintura. Eu olhava pra faixa, olhava pra ele e não acreditava. Foi um dia muito feliz mesmo. Ficava pensando: “agora eu sou faixa-preta, que responsabilidade”.Quando cheguei em casa, fui direto vestir o quimono e amarrar a preta. Fiquei andando com ela pela casa, meus pais morriam de rir (risos).


MMA Sul - Como está a preparação na GF Team para o Mundial?
RV - Estou treinando como nunca. No ano passado lutei todas as competições sem malhar, sem fazer parte física, apenas treinando jiu-jitsu e correndo às vezes. Esse ano está sendo diferente. Malho de segunda a sexta-feira, faço uma preparação física fortíssima terça e quinta com o Rafael Benassi , aqui em Campo Grande-RJ, na Pro Combat, e treino muito JJ na GFTeam, lá a chapa esquenta. A qualidade do treino é incrível. Se tu não ficar bom lá, não irá ficar em lugar nenhum. Tem todos os tipos de treino que eu preciso, meus amigos me ajudam muito.


MMA Sul - Qual será sua estratégia para o Mundial da CBJJ, uma vez que as lutas serão 10 minutos cada? Diferente o World BJJ Cup, que era seis minutos.
RV – Vai ser sinistro lutar 10 minutos com aqueles caras duríssimos. Mas não não tem estratégia, vou cair pra dentro os 10 minutos e seja o que Deus quiser.


MMA Sul - Tem algum lutador na sua categoria que você gostaria de enfrentar no Mundial da CBJJ, na Califórnia ou que preocupa na categoria?
RV - Olha, acho que todos os atletas me preocupam (risos). Os melhores do mundo estarão lá. Não tenho um cara que eu queira enfrentar. Tenho que estar treinado para quem vier, seja qual for o adversário.


MMA Sul - Rodolfo, lutar MMA, está nos seus planos?
RV - Está sim, mas não agora. Acho que estou muito novo ainda, tenho muitas coisas para conquistar no JJ. Quero fazer meu no nome primeiro, pra depois pensar em ir para o MMA. Até porque, isso iria atrapalhar meu rendimento nos treinos de pano, não tem como conciliar. Tenho vontade sim, mas o que falta é coragem pra tomar porrada, porque não é mole não (risos).


MMA Sul - Você conhecia o Royce Gracie pessoalmente antes do World Professional em Abu Dhabi? Como foi falar e estar com ele?
RV - Conhecia o Royce somente de nome, vi algumas lutas dele no UFC, o cara dispensa comentários. Ele era magrinho e ferrava a vida dos grandalhões, só usando o JJ. Encontrei com ele lá em Abu Dhabi, fui direto pedir pra tirar uma foto (risos), ele foi muito simpático comigo, fiquei amarradão. O Royce merece todo respeito.


MMA Sul – Quais medalhas você ganhou pela CBJJ?
RV – Tenho uma do Mundial de 2006 de bronze, quando eu ainda era juvenil, Brasileiro 2007 peso e absoluto faixa-azul, Brasileiro de Equipes 2007 faixa-roxa, Brasileiro 2008 peso e absoluto faixa-roxa e Mundial absoluto faixa-marrom 2008.


MMA Sul - Você consegue viajar para as competições dependendo somente de patrocinadores?
RV – Ih, rapaz... Viajo graças ao meu próprio patrocínio (risos). Porque patrocinadores aqui no Rio... Infelizmente aqui é assim, bem diferente se São Paulo. Aqui eles não dão valor. Mas estou com a Thor Kimonos, que está me dando uma moral.


MMA Sul – A quem você gostaria de agradecer?
RV - Primeiro a Deus, depois a minha família: meu pai Serjão, minha mãe Cristina e minhas irmãs Débora e Carol. Agradecer ao meu mestre Júlio, um exemplo não só de atleta, mas como homem. Ele me ensina muita coisa, e o mais importante, me ensina a ser uma pessoa do bem. Agradeço também ao Marcelo dos Kimonos Thor, a toda família GFTeam e a Pro Combat.

Um comentário:

Dyonathan disse...

parabéns pela bela conquista, emocionante!