Chatubinha nocauteia e pede paz na comunidade

Igor "Chatubinha" chegou a 13ª vitória da carreira com o nocaute mais rápido do Brasil Fight 3, evento que aconteceu no ginásio Chevrolet Hall, no último sábado (27), em Belo Horizonte (MG). Aos 18 segundos do primeiro assalto Chatubinha soltou um cruzado de direita no rosto de Marcelo "Uirapuru", em seguida aplicou mais dois golpes já no solo para confirmar a vitória. A luta foi uma revanche, o carioca já havia finalizado Uirapuru na segunda edição do Brasil Fight, em agosto passado.

O apelido "Chatubinha" veio dos próprios amigos e colegas de treino, em homenagem ao lugar onde vive Igor Fernandes, a comunidade da Chatuba, localizada na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro e que durante toda a semana esteve ocupada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), pelas polícias Civil e Militar e pelas Forças Armadas da Marinha e Aeronáutica. Num cenário literalmente de guerra houve muita apreensão de drogas, armamento, mortes e muitas prisões efetuadas.

Em meio a toda essa movimentação Igor "Chatubinha" manteve o foco nos treinos e conseguiu chegar cem por cento para uma das lutas principais do Brasil Fight. Conversamos com o lutador após o combate e ainda um pouco emocionado, Chatubinha contou detalhes do que viu, viveu e sentiu no fronte.

"Pô, foi um pouco difícil sair para treinar debaixo de tiros, mas tive que treinar assim mesmo. Fiz a preparação na Minotauro Team e aqui na minha comunidade, com o Relma. Essa semana que antecedeu a luta no Brasil Fight foi um pouco complicado pra voltar pra casa depois dos treinos, tiros e mais tiros, cheguei a ser abordado pelos policiais, mas foi tranquilo, me trataram bem. Graças a Deus deu tudo certo na luta. Sou muito forte no chão, mas também treino muito boxe com o Edelson Silva na Minotauro Team e muay thai com o Alex Gazé e professor Nonato na Relma Combat. Por isso fui confiante para a trocação e consegui o nocaute. Cara, me emocionei depois da vitória, porque lembrei de toda a dificuldade, se preparar no meio dos tiros, dá medo né, muito arriscado. Vi os tiros baterem pertinho, só barulhão, gente morrendo, é sinistro. A comunidade da Chatuba representa muito pra mim, todo mundo aqui me conhece e torce por mim, gosto daqui. Espero que a paz volte a reinar para o bem de todos e espero que nunca mais volte a acontecer esse tipo de coisa, que a comunidade tenha paz enfim".