Gesias Cavalcante conversou com o MMA Sul direto dos Estados Unidos. Ele nos conta a alegria de voltar com vitória aos ringues japoneses, depois de ficar afastado mais de um ano. Em seu retorno Gesias encarou uma das promessas do MMA japonês Katsunori Kikuno. O brasileiro fez um primeiro round palmo a palmo, mas no segundo dominou a luta na sua área, a luta de chão. Logo após vencer no Dream Gesias acertou sua ida para o Strikeforce. Agora ele vive a expectativa de estrear na organização americana. Confira os detalhes do nosso bate-papo na entrevista completa.
MMA Sul - Quando será a sua estreia no Strikeforce?
Gesias - Está tudo certo já, só não tenho data certa de estreia.
MMA Sul - Você sentiu dificuldades na volta aos ringues depois de mais de um ano sem lutar?
Gesias - Dificuldade não. Senti um pouco o tempo afastado, o fator ritmo de luta, mas vim bem melhor. Estou muito satisfeito de ter lutado os três rounds, 15 minutos inteiros. Foi bom pra tirar a ferrugem (risos). Estou muito feliz com a vitória, mas ainda tem muito espaço pra melhorar. Vou trabalhar pra consertar os detalhes pra próxima.
MMA Sul - Os americanos são mais trocadores do que os japoneses. O caminho no Strikeforce será a luta de chão? Como foi na vitória contra o Kikuno no Dream?
Gesias - O chão é a minha casa, apesar de me sentir muito confortável em pé também. Esse ponto pra mim é uma vantagem, pois me sinto confortável pra onde a luta for. Mas o caminho na minha opinião será o wrestling, pra poder controlar a luta. Agora que estou podendo treinar wrestling, livre de lesão, estou metendo a cara de novo.
MMA Sul - Ao fechar sua próxima luta no Strikeforce a organização cogitou algum possível adversário? Você gostaria de enfrentar alguém em especial nesse momento da carreira?
Gesias - Até agora não jogaram nenhum nome na mesa não. O Josh Thomson seria uma boa! Ele já foi campeão do Strikeforce e é um bom atleta. Então, acho que seria uma boa luta pra chegar no evento. Mas não sei como ele está fisicamente, porque ele quebrou uma costela na última luta e nao sei como está a recuperação dele. Esse é o único nome que me vem a cabeça. Estou galgando meu espaço de novo, então, também não adianta chegar aqui agora e sair falando que quero lutar por cinturão. Estou de boa, tranquilão e deixando Deus agir na minha vida. Engraçado que acabei de ler uma parada que fala mais ou menos isso: "'Tudo o que você tem que conquistar na sua vida está diante de seus olhos. Analise as suas ambicões e inibicões e viverá mais confiante'".
MMA Sul - Você comentou sobre o foco no wrestling. Quem está puxando o seu wrestler na American Top Team e como estão os treinos na equipe, e nos outros fundamentos?
Gesias - Quem treina minha parte de wrestling é o iraniano Kami Barzini. Ele veio pela primeira vez pra ATT pra ajudar o (Thiago) Pitbull na luta dele contra o Matt Hughes e depois contra o Josh Koscheck. Desde então criei uma relação muito boa com ele, não só eu, mas como o time todo. Então, ele veio pra cá ser o coach. Além dele no wrestiling, tem o Shawn Sheldon também. Na parte de chão o (Marcos) Parrumpinha é o cara que tem cuidado disso já há algum tempo e tem me lapidado bastante. É um excelente treinador e está sempre comigo. O (Ricardo) Libório também ajuda quando pode. Na parte em pé tem o Katel Kubis e o Fernando Falkenbach, que trabalham juntos e são excepcionais. Eles gostam de ajudar e dão o sangue ali também. E tem o Howard Davis, que me ajusta no boxe. Conclusão: um Kit Coach de primeira (risos).
MMA Sul - Como fica seu contrato, você poderá lutar no Strikeforce e continuar no Dream?
Gesias - Essa é a melhor parte pra mim. Os dois contratos só tem exclusividade regional, o que me permite lutar em qualquer evento fora do país. O bom é que posso conciliar os dois e estar sempre me testando contra os melhores dos dois lados.
MMA Sul - Lutador de MMA está sempre treinando, viajando e lutando. Muitas vezes tem de ficar longe dos familiares. Quem são as pessoas que apoioam você nessas horas e que você queira deixar um agradecimento especial?
Gesias - Um agradecimento especial primeiro a Deus, por sempre estar lá para que eu possa recarregar as minhas forças e me dar uma sabedoria divina para que possa aprender sempre, mesmo quando tenho que carregar os fardos. À minha família que está no Brasil, que é a minha base e que me ensinou buscar sempre o melhor em qualquer situação. À minha mulher, que é uma guerreira e está sempre comigo. À toda a equipe ATT, minha segunda família, e o pessoal que convivo há mais tempo e que sempre dá apoio. E a todos os fãs e a mídia, porque sem eles nada disso seria possível. Uma das paradas mais maneiras na luta é esse relacionamento que as vezes se cria mesmo à distância, e que é verdadeiro. Mesmo nessa temporada difícil, tive um apoio muito maneiro dos fãs, que se tornaram meus amigos. Tamo junto! Obrigado.
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