"Minha meta é ser um dos tops da categoria", diz Trator O brasileiro Rafaello Oliveira vai estreiar no Affliction 3 enfrentando a pedreira Takanori Gomi. O japonês é ex-campeão do Pride e acumula no currículo oito vitórias sobre brasileiros. Rafaello "Trator", como é mais conhecido, está motivado para o combate. Há mais de um ano ele vive nos Estados Unidos. Trator conversou com o MMA Sul direto dos Estados Unidos sobre a sua expectativa para a luta de 1º de agosto, da preparação com Bj Penn e também relatou um pouco da experiência na América.
MMA Sul: Você representa a bandeira apenas da Trator Fight Team ou também de outra equipe?
Rafaello “Trator”: Nos Estados Unidos represento a Premier Martial Arts (PMA), onde dou aula de jiu-jitsu e sempre estou fazendo intercâmbio com o BJ Penn. No Brasil TFT e minha equipe, junto com a Nova União e também a Academia Sparta Boxe, a parte da trocação.
MMA Sul: Como surgiu o convite para o Affliction?
Trator: Venho de três vitórias consecutivas. E surgiu a oportunidade de assinar com o Afliction 3 por três lutas. Daí recebi a proposta de lutar com o Takanori. E eu aceitei.
MMA Sul: A luta contra Takanori Gomi é o seu maior desafio como lutador?
Trator: Como adversário, é a maior pedreira. É um dos tops do mundo. Mas como lutador, o maior desafio foi ficar nove meses longe da minha mulher e dos meus filhos, quando eu vim para a América do Norte.
MMA Sul: O japonês já derrotou oito brasileiros. Como você analisa e filtra isso?
Trator: Eu sempre acompanhei a carreira do Gomi. Mas agora tento não me impressionar e nem respeitar ele dentro do ringue. Vou entrar com a cabeça limpa e dar o meu melhor na luta.
MMA Sul: Você montou alguma estratégia em cima do jogo dele?
Trator: Estou montando sim. Com certeza (risos).
MMA Sul: Quando você luta, nota-se que você não escolhe chão ou trocação. O que você espera da luta contra o Gomi?
Trator: Pode esperar uma guerra. Vou dar os 100%.
MMA Sul: Quando e porque começou o apelido “Trator”?
Trator: Foi na minha antiga academia, a Kezen em Pernambuco. Lá, o mestre Lattuf me achou um moleque forte e com disposição. A partir daí, o apelido pegou.
MMA Sul: De onde vem esse seu estilo agressivo de lutar?
Trator: Acho que é questão de sobrevivência. Quando se entra para lutar, você tem que estar pronto para matar ou morrer.
MMA Sul: Como ocorreu a parceria com BJ Penn?
Trator: O BJ estava precisando de um faixa-preta para o sparring, quando ele lutou com o Stevenson. Meu manager perguntou se eu queria ir para o Havaí. Fui amarradão. Eles gostaram de mim e fiquei morando lá por três meses. Sempre que eles precisam de sparring, eu viajo para lá e tento dar o máximo pelo BJ.
MMA Sul: Você tem treinado com BJ? Inclusive ele já venceu Gomi. Ele te passou alguma dica? Trator: Eu vim fazer esse campeonato junto com o BJ. Estou no Havaí e me sinto bem a vontade com a galera. Então coincidiu de o BJ estar treinando para Kenny Florian e eu estar aqui. Ele sempre me dá toques disso e daquilo. É muito gente boa.
MMA Sul: Qual sua meta principal como lutador?
Trator: Minha meta e ser um dos tops da categoria. Ou seja: ser o top (risos). Sei que tenho que ralar muito. Mas vou continuar ralando para chegar lá.
MMA Sul: Depois do Affliction, você tem luta marcada ou algum contrato com eventos?
Trator: Eu tenho um contrato com três lutas no Affliction. Mas agora só penso no Gomi e em mais nada.
MMA Sul: Qual seu palpite na luta do Jorge Santiago com o Vitor Belfort?
Trator: Pô, pergunta difícil. Os dois são Top Midweight. Mas vou ficar com o Belfort, pelas duas últimas performances. Foram excelentes.
MMA Sul: A quem gostaria de agradecer?
Trator: Primeiramente a Deus, por essa luta. Também agradeço a minha mulher e meus filhos, que são minha maior motivação. Toda a minha família no Brasil. Ao mestre Lattuf Kezen e aos meus antigos companheiros de treino da Kezen. Agradeço ainda ao mestre Marcos Vale, pelo ajuste no meu MMA; ao meu professor Jaime Moraes; todos os companheiros da equipe Sparta Boxe; e a família Nova União/PE. Os professores Novaes e mestre Wendel Alexander; toda a equipe Boca De La Riva, do mestre Moacir Boca - que me trouxe para os EUA e acreditou no meu potencial. Denis Mitchel, Guilherme Maia, Ferrino, Leka e a todos os companheiros de treino da TFT. Também aos meus amigos e alunos, Feitosa, Macaco, Lambão, Xavier, Mamute e Boi. Me perdoem se esqueci de alguém. Vamos para a guerra com o Gomi e trazer a vitória para o Brasil.